Mais do que mil palavras sem sentido, vale uma única palavra que traz consolo a quem a ouve
Dhammapada
Quando percebemos que temos mais passado que futuro e que teremos menos tempo para viver daqui para frente do que vivemos até agora, é bastante comum que examinemos nossa vida e alguns arrependimentos se façam presentes, tanto por algo que fizemos, quanto pelo que deixamos de fazer.
A vontade que temos é de alertar aos mais jovens: Cara, aproveita! Viva a vida! Faça o que deve ser feito! Descubra o seu sentido de vida! Deixe sua marca no mundo! Se você não fizer isso, verá lá na frente que sua vida não valeu a pena vivida.
Nesta fase da vida, percebemos o quanto é maçante a mesmice de um dia após o outro, sem uma finalidade, sem uma missão e principalmente não devolvendo ao mundo tudo de bom que ele nos proporciona.
Muitos percebem tardiamente que mesmo terem tido a oportunidade de voarem alto e enxergar o horizonte como águias, tiveram apenas uma sequência de dias como galinhas, que ciscam o chão, não voam e não alçam grandes voos, apesar de possuir asas.
Quando observamos uma águia e uma galinha nossa percepção vai além daquilo que vemos, são duas dimensões opostas. A galinha nos simboliza a mesmice e o limitado, enquanto a águia o desejo e o ilimitado.
Todos guardamos uma águia dentro de nós, mas por comodismo, falta de desafios ou por medo deixamos aflorar a galinha que está lá no fundo de nossa existência, recolhida na zona de conforto.
Ter um comportamento que pode ser simbolizado pela águia ou pela galinha é uma questão de escolha pessoal, sempre será possível alternar entre eles, afinal Vandré já dizia: Quem sabe faz a hora, não espera acontecer…..
Um dos comportamentos que deixará uma marca negativa em nossa existência é quando nos esquecemos da tese do filósofo grego Aristóteles que a fundamenta afirmando que “o homem é um animal social” dizendo que a união entre eles é natural, porque o homem é um ser naturalmente carente, que necessita de outras pessoas para alcançar a sua plenitude e, neste quesito passamos a vida de forma omissa.
Hoje interagimos e falamos com muitas pessoas, quer presencial quanto virtualmente e não aproveitamos as oportunidades para tornar o mundo melhor, levando uma palavra de estímulo e de compaixão para nossos semelhantes. Palavre que faz falta ao outro, mas que, se não proferida fará muito mais mal a nós mesmos, que viveremos uma vida vazia, sem finalidade, não examinada e que, portanto, não mereceu ser vivida.
Diariamente utilizamos nossas mídias sociais para externar nossas ideias, mas que na maioria das vezes são palavras sem sentido e vazias, quando a finalidade principal seria trazer consolo e conforto para quem a ouve.