Sabemos que Filosofia é uma palavra de origem grega que significa “amor à sabedoria” e está relacionada com o estudo da existência e o conhecimento do Homem.
Atualmente a palavra “filosofia” é muitas vezes usada para descrever um conjunto de ideias ou atitudes, como por exemplo: “Filosofia de Vida”, que em ultima instancia indica como o indivíduo interpreta as circunstâncias.
A Filosofia além de ser uma disciplina, é intrínseca à condição humana, deixando de ser um conhecimento, para ser uma atitude natural do homem em relação ao universo e seu próprio ser, o que dá a todos nós a condição de Filósofos.
Na frase acima destaco as palavras: “intrínseca ao homem” que nos dá a ideia de uma característica, “atitude natural” que nos remete à percepção de universalidade e “relação ao universo e seu próprio ser” que indica que se observada em um indivíduo, ajudará a perceber como ele se vê e se situa no mundo ou em outras palavras, entendemos o seu comportamento.
Desta forma, podemos também explicar Filosofia como a análise racional da existência do homem, individual e coletivamente, baseando-se na compreensão do seu ser.
O Coaching em sua essência pode ser encontrado nos textos de Platão quando descreve a “Maiêutica” ou a forma como Sócrates, seu tutor, se utilizava de “perguntas poderosas” para conduzir uma discussão e levar o interlocutor a um resultado desejado, tal qual, procuramos fazer ainda hoje.
A base do Coaching, portanto, sempre foi fazer com que o coachee utilizasse a sua própria capacidade de raciocínio e chegasse a um ponto desejado. Em outras palavras, utiliza-se a capacidade de dedução e analise do próprio coachee para chegar ao fim do processo com sucesso.
Este comportamento deveria ser de mão dupla, isto é, Coach e Coachee deveriam utilizar suas experiências, raciocínios e deduções para conduzir o processo, mas aparentemente nem sempre é assim que acontece.
Mais recentemente, talvez pela influência da necessidade de celeridade na obtenção dos resultados e na falta de profundidade nas ações, optou-se por modelos pré-formatados de ação, onde pouco se usa daquilo que Sócrates preconizava, para dar lugar a receitas prontas, fáceis e não muito precisas, facilitando a vida do Coach que mesmo sem conhecer a essência e os fundamentos pode, supostamente, chegar a um resultado satisfatório. E, justamente esta é a diferença entre os diversos coaches no mercado: o conhecimento dos princípios, da essência e da fundamentação de cada ação contrapondo-se ao uso de ferramentas prontas, fornecidas como uma receita de bolo, que mantém o Coach em uma zona de conforto, que tanto procuramos desconstruir com o Coachee.
Desconheço quem faça um bolo tão delicioso quanto nossa avó, que apenas utilizava a sabedoria e o conhecimento adquirido como metodologia, muito ao contrário de hoje que encontramos misturas prontas nos supermercados ou receitas “já testadas” em sites da Internet. O resultado destes é sempre muito diferente daqueles. Talvez, nossa avó, até colocasse uma pitada de amor na preparação, mas isto é uma outra história.
Tudo que encontramos no mercado, como “receitas previamente testadas” para o processo de coaching, tem embasamento na Filosofia e em suas diversas escolas, porém sem a fundamentação e o entendimento dos princípios, seu uso torna-se relativamente superficial.
Por qual motivo não estudar então, os pressupostos apresentados por aqueles que nos antecederam? Por que ainda, de modo geral, o Coach no Brasil, não percebeu que seu raciocínio e percepção podem ser grandemente aprimorados com estudo da Filosofia?
Não é difícil aprofundar neste tipo de raciocínio, basta traçar um projeto de auto coaching e estar disposto a estudar muito e ler mais ainda.
Não estou ainda abordando aqui, o chamado Coaching Filosófico que pelas suas características peculiares e por ter uma abordagem mais profunda, será tema de uma próxima discussão, porém antecipadamente declaro meu interesse e admiração pelo método, afinal foi com ele, que tudo começou.
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