Você acredita que o perdão seja a melhor alternativa para solucionar conflitos, familiares ou profissionais, ocorridos na quarentena?
A quarentena fez com que muitas pessoas ficassem em suas casas durante quase três meses. Se alguns se aventuraram a uma rápida saída, outros, principalmente aqueles que pertencem ao grupo de risco, mantiveram-se isolados juntamente com seus familiares.
A quarentena, se por um lado foi uma excelente oportunidade para se conectar com os entes queridos, por outro, feridas emocionais podem ter vindo à tona.
Costumo pensar que nestas situações surgem excelentes oportunidades para o desenvolvimento pessoal e, por serem cenários em que fazemos parte do elenco o aprendizado tem uma dose motivacional extra.
Uma pergunta surge:
Como quero, daqui em diante, me apresentar perante a minha comunidade? Alguns irão escolher o caminho do rancor, mas creio firmemente que a maioria optará por ser um amigo, um parceiro, um companheiro ou, principalmente, aquele que sabe exercer o perdão.
Períodos de isolamentos como este, são excelentes oportunidades para assumir responsabilidades pessoais, afastar-se de conceitos que não nos servem mais e remover as armaduras de autoproteção. São oportunidades para criar mais conexão e harmonia com as pessoas que fazem parte da nossa vida.
A Internet e as mídias sociais são ferramentas de muitíssima utilidade para aproximar as pessoas e quero crer que tenham sido utilizadas com esta finalidade neste período. Pessoalmente observei que em minha timeline passaram menos postagens do look do dia ou fotos daquele delicioso prato de jiló, mas vi mais postagens em que as pessoas buscavam falar dos relacionamentos e esperança. Verdade que alguns, talvez por não terem percebido, ainda, a beleza da vida ou, por não terem aprendido nada com os milhares de óbitos, resolveram fazer jogos políticos ou atacar um ou outro lado da trama social, como se existissem apenas dois lados neste cenário. A sociedade não é binária.
Se o isolamento trouxe a você algumas situações não muito agradáveis, minha sugestão é que pratique o perdão, mas para isso terá que fazê-lo em alguns passos:
Passo 1 – Tenha consciência real da situação
Pergunte a você mesmo (a) – Onde está o ressentimento? A resposta isenta de julgamentos dirá o que afetou os laços de afinidade com a pessoa em questão.
Não precisa julgar quem está certo ou errado, afinal as pessoas pensam e agem de forma diferente a um mesmo fato. Felizmente somos todos diferentes uns dos outros. Cada um vê uma determinada situação acrescida com os fatores que compõe a sua história de vida, o que faz com que cada um olhe para um mesmo ponto com visões diferentes do outro.
Pergunte-se também: Por qual motivo este acontecimento me afetou tanto? Em que ponto de meu ser ela me atingiu?
Você que me acompanha sabe o quanto insisto no tema AUTOCONHECIMENTO, só com ele é possivel você enteder o motivo que deixa você aborrecido (a).
Passo 2 – Cultive a Compaixão
A nossa vontade e determinação em realizar algo é o que faz toda diferença.
Se analisarmos o que é compaixão, fica mais fácil exercê-la. Antes de mais nada, compaixão não é pena ou dó. Compaixão é entender o estado emocional da outra pessoa, e com este entendimento procurar diminuir o sofrimento desta pessoa, mas para isso temos que olhar para a situação de forma isenta de pré-julgamentos.
Quando trazemos amor e atenção para qualquer situação mais difícil, a tensão diminui e facilita o aflorar da compaixão em nós mesmos e para com os outros.
Sem compaixão não existe perdão.
Você sabe que cada um de nós tem uma palavra para dar ao mundo ?
Passo 2 – Dê espaço ao perdão
O perdão é a decisão de nos libertarmos da ofensa e culpa pessoais que nos mantêm atolados em um ciclo de sofrimento.
Gosto de perguntar às pessoas:
- O que de positivo o não perdoar trará a você?
- Não perdoar soluciona um problema passado?
- O que trará de bom a você se você perdoar alguém por algo acontecido?
- Você já percebeu que não perdoando, dará à outra pessoa o controle sobre sua vida? Você passa a dar a ela autorização para deixar você chateado ou triste a cada vez que lembrar o fato ocorrido.
- Costumamos dizer que algumas situações passadas nos tiram do eixo. Isto que dizer que a pessoa responsável pelo acontecimento tem controle total sobre o seu eixo e equilíbrio. Livrar-se do problema é uma questão de amor próprio.
O perdoar não representa que a pessoa passará a ser automaticamente sua melhor amiga e que por isso, vocês deverão estar sempre juntos. A vida é dinâmica. A distância pode ser salutar, mas com perdão. Afinal você talvez não conheça as razões que levaram a pessoa agir daquela maneira. Situações não resolvidas nos tiram a felicidade.
Nunca se esqueça, que você nasceu para ser feliz.